30 de maio de 2011

As modalidades dos vídeos interativos

Em abril deste ano terminei minha pesquisa de Iniciação Científica. Pesquisei sobre os vídeos interativos publicados na web e DVD. Orientado pelo Prof. Dr. Vicente Gosciola na UAM, concluo neste trabalho que o gênero "interativo" já é realidade nos produtos audiovisuais e dentro dele há o que chamo de modalidades, ou seja, modos diferentes de se produzir um filme interativo. Isso ajudará os roteiristas e diretores na escolha do nível de interação que o produto terá com os espectadores.

Tenho um artigo publicado na Revista eletrônica ANAGRAMA da USP, quem quiser é só acessar aqui.

O trabalho completo esta publicado no Scribd, em breve teremos um blog totalmente voltado as narrativas transmídias e interativas, aguardem.


Modalidades dos vídeos interativos

11 de maio de 2011

Um litro de leite para duas safiras

Estava eu em mais uma noite rotineira voltando da faculdade andando pelas ruas do centro da cidade. No sentido contrário vinha um homem baixo empurrando um carrinho de bebê coberto por um cobertor infantil, tinha nas mãos uma mamadeira. Abordou uma pessoa que respondeu com o gesto característico com a mão de “Não tenho”. Como de costume abordou também a mim, mostrando a mamadeira e pedindo leite para a filha, automaticamente também respondi “Não tenho”, mas no passo seguinte percebi: “Ele não está pedindo dinheiro, está pedindo leite”, virei para ele e disse que poderia comprar um leite na padaria. Ele prontamente deu meia-volta e começou a me acompanhar, dizendo que só queria uma mamadeira de leite para a filha. Eu olhei para o carrinho coberto, e ele prontamente tirou o cobertor e vi uma linda criança encolhidinha, toda sujinha, coitada!
Durante o breve percurso até a padaria, interroguei-o sobre sua vida. Comecei por perguntar sobre a mãe da criança, e ele respondeu que ela abandonou-a e sumiu, e que estava criando a filha sozinho. “E você tá procurando emprego?” – continuei eu. “Sim, procuro, mas ninguém me aceita por causa da criança, não tenho onde deixá-la” - respondeu. “Mas você já procurou ajuda do governo, assistência social?”. “Sim, eu já me cadastrei e tudo, mas demora meses pra ter uma resposta, não tenho como esperar”. Nesse momento lembrei como a burocracia no nosso país é das “melhores”. “Mas e creche? Você não procurou?” – continuei. “Sim eu já me cadastrei também, mas tem que esperar vaga, né, e eu tenho que seguir, eu queria trabalhar, mas tenho que cuidar dela” – disse enquanto estávamos chegando na padaria. Nesse momento refleti comigo – “É, neste país quanto menos você tem, menor será sua chance de conseguir algo, quanto mais...”
Ele ficou a me esperar do lado de fora da padaria, comprei o leite e uns pães para ele. Saí, dei-lhe a sacola com a oferta, ele agradeceu enormemente, sempre mostrando a mamadeira. Sua única preocupação era a filha que neste momento se mexia no carrinho. Olhei para ela, fiz um agrado, ela pegou com a mãozinha no meu dedo como a cumprimentar-me. Ele ajustou um pouco o carrinho sob a luz. “Olha os olhinhos dela que azuis!” – disse ele animado. Quando olhei de perto e vi aqueles olhinhos azul safira me olhando também, senti a emoção do dever cumprido, mas, ao mesmo tempo, o sentimento que todo brasileiro tem: de “poder” fazer um bem maior. Despedimos-nos e ele ficou esperando mais um litro de leite que acabara de ganhar de outro freguês da padaria.
Segui meu caminho, cheguei ao prédio e entrei no apartamento. Arrumei minhas coisas e abri a janela, vi lá embaixo o mesmo homem empurrando o carrinho e comendo o pão que lhe dei. Apaguei a luz e fiquei observando por traz da janela o homem com seu bebê. Ele chegou na esquina, sentou-se no chão, colocou o carrinho ao lado e ficou comendo o pão tirando pedacinhos do miolo e colocando na boquinha do bebê. Vi outros dois homens de terno que passavam por ele na calçada. De início, o mesmo gesto negativo, dois passos à frente, um deles voltou e entregou um dinheiro ao pai com a mamadeira na mão. Em dois minutos, o homem se levantou e continuou seu caminho empurrando o carrinho com sua filha. Fiquei observando ele caminhando pela calçada iluminada pela luz amarela dos postes, até virar a esquina.
Foram momentos em que parei para refletir “a quantas anda” nosso querido país, e como cada um de nós pode ser responsável por entregar ao próximo uma alegria ou tristeza, basta um simples gesto. Resolvi escrever este pequeno fato e compartilhar com vocês. Talvez seja um segundo gesto bom de hoje. Espero que a vida deste homem melhore e que consiga dar o sustento que almeja a sua filha. Quem sabe um dia, quando ela crescer, sem querer leia este texto sem se dar conta de que falo dela. É possível.
Por enquanto, fico na alegria de poder comprar o litro de leite mais bem pago do ano ou quiçá da vida, certo de que alimentará aqueles olhos azul safira. Boa noite a todos!

13 de novembro de 2010

A internet na TV: o que isso pode mudar?

A internet invadiu todos os nosso cenários e isso é inegável. Atualmente ela não só faz parte dos nossos computadores, notebooks, celulares e carros, como também vem chegando de mansinho para invadir nossas televisões. Nos últimos meses ouvimos muito falar da Google TV e outras tecnologias que estão surgindo para levar a comodidade e a facilidade da internet para a televisão.

A Google TV, um dos serviços mais aguardados do momento, chega ao mercado por meio de dois aparelhos: a Sony Internet TV ou o set-up box da Logitech, uma espécie de caixinha que permite que a nossa televisão acesse todo o conteúdo disponível no software da Google. Ambos dão acesso ao mesmo serviço, cabe ao consumidor escolher se quer comprar uma TV novinha em folha para desfrutar da Google TV ou se vai usar o seu aparelho antigo para acoplar o set up box e começar a acessar conteúdos da internet.

Porém, há ainda uma outra possibilidade - um pouco mais antiga, mas pouco popular no Brasil: os Media Centers, aparelhos que dão a oportunidade de qualquer pessoa aliar a internet à televisão. Vinicius Bastos, Diretor do Munddo Media Center, explica que existem dois tipos de media centers: um que serve como organizador de seus conteúdos de mídia, como fotos, CDs, vídeos, e outro como o Windows Media Center, que permite que o usuário acesse a internet pela televisão, porém não de forma integrada como faz o Google TV.

Acontece que a Google TV foi idealizada para integrar absolutamente tudo o que a internet e a televisão têm, enquanto que o Windows Media Center apenas permite integrar seu conteúdo do computador à televisão. Por isso que, segundo Vinicius, o mercado terá espaço para os Media Centers e inclusive para a televisão convencional. É bem provável que no final das contas o consumidor tenha tudo em casa, porque uma tecnologia não substitui a outra. "O usuário vai poder usar o Media Center como organizador de sua biblioteca digital, assistir aos programas tradicionais da televisão e usar a Google TV para fazer sua própria programação", explica. No entanto, Ray Kurzweil, um famoso visionário americano que sempre faz previsões polêmicas, disse em uma palestra no NAB Show 2010, que não sabe ao certo qual será o futuro da televisão, mas acredita que o mundo continuará precisando de entretenimento.

A verdade é que assim como a internet teve sucesso ao ser introduzida nos celulares, é bem provável que ela reescreva a história da televisão. Se elas vão co-existir ninguém sabe, mas uma coisa que Nancy Morrison, vice-presidente de comunicações corporativas da Logitech, garante, é que as pessoas irão gostar da maneira como o Google TV levará os conteúdos da Web para a televisão, e isso pode ser irreversível.

Quer entender melhor a diferença entre Media Center e Google TV? Então assista aos vídeos no link abaixo. O primeiro é o video-demonstração da Google TV na IFA, feira de tecnologia que aconteceu em Berlim, Alemanha, no último mês de setembro e uma matéria que produzimos, explicando todas as funcionalidades de um Media Center.
Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/a-internet-na-tv-o-que-isso-pode-mudar/14832

2 de junho de 2010

Globo coloca no ar aplicativo para receptores portáteis


A Globo encontrou uma forma de manter a receita com SMS após a implementação da interatividade na TV digital, ou pelo menos parte dela. Conforme apontado por Raymundo Barros, diretor de tecnologia da emissora, em evento de lançamento do primeiro celular com interatividade da LG, os recursos da interatividade que dependem de um canal de retorno podem usar o SMS. O engenheiro explicou que isso acontece de forma mais amigável, intuitiva, ao usuário. Segundo ele, no próximo "Big Brother Brasil", por exemplo, será possível votar apenas clicando na foto de um participante. "Não será necessário discar para um número especifico", disse. A ferramenta de interatividade enviará o SMS automaticamente.

O aplicativo poderia usar como canal de retorno também o pacote de dados do usuário do telefone. Contudo, desta forma não geraria receita adicional para a emissora. Conforme explicou a este noticiário Carlos Fini, gerente de engenharia da Globo, no caso da interatividade pelos televisores da programação digital completa (não móvel), também deve haver a possibilidade de voto, sem gerar a receita do SMS, já que as redes de retorno disponíveis devem ser a banda larga ou mesmo a Internet discada. Questionado se isso não canibalizaria a receita obtida pelo SMS, Fini diz que a intenção final é garantir audiência, e a interatividade é uma ferramenta importante para prender a atenção do telespectador.

Aplicações online

A Globo já lança seu aplicativo para a Copa do Mundo para dispositivos portáteis com algumas ferramentas que dependem de conteúdo online. Pelo sinal aberto da emissora é possível receber tabelas dinâmicas dos jogos e a escalação dos times, por exemplo. Além disso, é possível assinar notícias diárias por SMS, enviadas pela Globo.com. O aplicativo conta com enquetes, o que também gera receita para a emissora, já que o voto é enviado através de SMS.

A emissora espera ainda poder ter aplicativos que busquem conteúdo através da rede de dados. Raymundo Barros citou como exemplo a busca de melhores momentos dos jogos e dos gols dos jogos que não estão sendo transmitidos no momento.

Ferramenta portátil

Segundo Carlos Fini, os aplicativos enviados para dispositivos móveis não são os mesmos enviados para as televisões convencionais. Não só por conta da interface gráfica, que precisa adequada ao tamanho das telas, mas porque os aplicativos portáteis devem ser mais "leves". "Ainda não há nenhum celular com a parte Java do middleware. Então os aplicativos ainda não podem usar alguns recursos", diz. Já os televisores que começam a ser vendidos com middleware embutido podem usar recursos que dependem da parte Java.

Exemplo internacional

Segundo Raymundo Barros, o benchmark da emissora para penetração da TV móvel é o mercado japonês, mais maduro que o brasileiro. O engenheiro aponta que existem 80 milhões de receptores móveis naquele país. No Brasil, diz, começam a ser consolidadas as condições para a massificação da tecnologia. "Queremos chegar na Copa de 2014 com mais de 30 milhões de receptores portáteis", disse Barros.



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LG lança primeiro celular com Ginga no Brasil

A LG é a primeira fabricante de celular no país a ter um aparelho com o Ginga, middleware de interatividade da TV digital, no padrão nipo-brasileiro, o SBTVD.

O terminal LG TV Phone GM600, em parceria inicial com a TV globo, permitirá interação com a programação da emissora para a Copa do Mundo. Porém o acordo não é exclusivo e aplicativos de outras emissoras já estão sendo testados pela fabricante. A LG também não fechou acordo de venda exclusiva com as teles móveis. 

A expectativa da fabricante coreana é que, em 2014, 30 milhões de usuários do serviço celular tenham o terminal com TV Digital. Hoje, esse índice é de 1,5%, podendo chegar, segundo a empresa, a 5% até o final do ano. O lançamento do LG TV Phone GM600 acontece um ano e dois meses depois do início de estudos para incorporar o Ginga, o middleware de interatividade do SBTVD, padrão de TV digital brasileiro, ao celular, explicou Rodrigo Ayres, gerente de produto de celular da LG Eletronics, em coletiva de imprensa, realizada nesta terça-feira, 01/06, na capital paulista.

O terminal é o terceiro da linha TV Phone da LG a ser lançado no Brasil. E, a não inclusão da Terceira Geração foi estratégica, neste momento, para assegurar o lançamento de um aparelho com preço acessível para o consumidor brasileiro, às vésperas da Copa do Mundo. Indagado se o LG TV Phone com Ginga viria para disputar mercado com os terminais da ZTE/Vivo e da Onda/TIM, o diretor de vendas de celulares da LG Eletronics, Marcus Daniel, garantiu que não.

"A LG trabalhou para ser a pioneira no uso do Ginga no celular. E somos. E temos a convicção que os outros concorrentes terão de trabalhar para embutir a interatividade nos seus terminais. Nossa proposta de ter um celular com interatividade, com preço mais em conta ( o celular está com custo orçado em R$ 700,00) é para disseminar o uso da TV como recurso. Hoje, apenas 1,5% dos celulares vendidos no país têm TV. Acredito que o mercado chegará a 5% ate´dezembro", detalhou o executivo.

A LG não revela valores de investimentos nem o montante gasto no desenvolvimento da tecnologia para permitir o uso do Ginga. O celular, em função de usar o middleware, terá o selo DTVi, o que o assegura como compatível com o padrão nipo-brasileiro de TV Digital. Mas, nessa fase inicial, o celular será vendido apenas no Brasil. O mercado sul-americano ainda deverá esperar. 

"Vamos ver como será o middleware de interatividade utilizado pelos países que também adotaram o SBTVD", detalhou Rodrigo Ayres. Até o final do ano, segundo a LG, o terminal com interatividade e 3G deverá ser lançado comercialmente.

O lançamento do celular com ginga, antes da TV com ginga, foi explicado pelos diretores da LG. "Há uma grande busca por novos serviços no celular. E a interatividade funciona de forma mais ágil no terminal móvel. E que fique claro: Não estamos vendendo TV móvel. Estamos ofertando um recurso a mais para o celular", completou o gerente de produto da fabricante coreana.

A TV Globo é parceira desde o início do desenvolvimento do terminal. O diretor de engenharia da emissora, Raymundo Barros, revelou que, até o momento, já foram desenvolvidos nove aplicativos com Ginga, leia-se interatividade, para TV fixa e móvel. O da Copa do Mundo, disponível para o LG TV Phone GM600 é um deles, mas será adaptado para o Campeonato Brasileiro e para os Estaduais. 

Hoje, segundo ele, 31 emissoras e afiliadas da Globo já estão com o SBTVD e a massificação do uso da TV digital aberta no celular será consequência da expansão dessa cobertura. "Não tenho dúvida que o mercado ficará ainda maior. Mas, hoje, com a cobertura que se tem na Globo, já há um público-alvo de 70 milhões de brasileiros para ser atingido", observou o diretor de Engenharia da Globo São Paulo. 

Neste momento não há qualquer perspectiva de cobrança do usuário para o uso da interatividade. A intenção é, de fato, disseminar o uso do aplicativo. Mas haverá opção - explicitada para o usuário - da aquisição dos serviços tradicionais, como o SMS para programas. Entusiasmada com a ferramenta, a LG acredita que, em 2014, o Brasil terá 30 milhões de terminais com TV.